Portugal comprometeu-se internacionalmente com o objetivo de redução das suas emissões de gases com efeito de estufa por forma a que o balanço entre as emissões e as remoções da atmosfera seja nulo em 2050. A este objetivo deu-se o nome de "neutralidade carbónica". Assente em quatro áreas de intervenção, energia, transporte, resíduos e uso de solos, terá inevitavelmente o envolvimento de todos nós enquanto sociedade, mas o seu êxito estará ainda dependente das políticas e medidas concretas que se implementem através do estado central e de cada Município. É importante desde já definir um roteiro local com medidas concretas a implementar tendo em conta estas metas. No sector energético, responsável por mais de dois terços das emissões globais de gases com efeito de estufa, serão necessárias alterações socioeconómicas e comportamentais implementadas localmente tendo em vista a descarbonização do sistema energético e a melhoria da sua eficiência. Nos transportes e mobilidade, em que se consome 37% da energia, é imprescindível que se adopte uma estratégia em Arouca para que se evite a necessidade de mobilidade, tentando encurtar distâncias entre polos habitacionais e de trabalho, incrementando estratégias de tele-trabalho e repensando a localização das atividades económicas. O aumento da oferta de transportes públicos sustentáveis em detrimento do transporte próprio e ainda outras formas de mobilidade suave que não apenas para lazer serão igualmente determinantes. A produção de resíduos e de águas residuais, sejam eles de natureza doméstica, agrícola ou industrial, é também uma fonte de emissão de gases com efeito de estufa. Neste sentido é urgente que e alargue a cobertura de rede de recolha de águas residuais e que se implementem medidas musculadas no que à redução de resíduos diz respeito, com implementação séria serviços de recolha e reciclagem condizente com as nossas necessidades. No que respeita à ocupação dos solos, e sendo Arouca um território marcadamente florestal, destaco não só a importância das novas plantações e de uma gestão sustentável da floresta na remoção da atmosfera do gases com efeito de estufa, mas também um mais adequado ordenamento das cargas combustíveis e dos territórios rurais. São metas a 30 anos de uma corrida que já começou ontem, em que todos os dias somos chamados a dar mais um passo na construção desta neutralidade carbónica, para que possamos viver de forma sustentável, num território recentemente galardoado como um dos 100 destinos mais sustentáveis do mundo em mais um concurso da Green Destinations.