CÁTIA CARDOSO
 
Liberdade de informação
 
OPINIÃO | A verdade, que nem sempre é a mesma para todos os lados, torna-se difícil de ser objetiva quando a informação circula rapidamente
 
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Dar a conhecer e refletir sobre realidades diversas da nossa sociedade torna-se mais relevante a cada dia que passa. Esta forma de educar é aquilo que, em Arouca, o Círculo Cultura e Democracia tem vindo a fazer, através de conferências, tertúlias e outras atividades.
Enquanto estudante de comunicação social, prestes a entrar no mundo do jornalismo, através de um estágio curricular, despertou-me particular interesse a conferência de 18 de novembro que se desenrolou sob o tema "Liberdade de Imprensa: um direito ultrapassado?".
Como oradores estiveram em Arouca a jornalista da Antena 1, Maria Flor Pedroso, o diretor adjunto do Expresso, Nicolau Santos e, ainda, o provedor do telespectador da RTP, Jorge Wemans, numa conversa moderada pela jornalista arouquense Cláudia Oliveira.
Num momento de aceleração da informação, em que as redações vivem constantemente em pressão, sem espaço para a reflexão, deixar que o leitor confunda factos com opiniões é um grande perigo do jornalismo. A verdade, que nem sempre é a mesma para todos os lados, torna-se difícil de ser objetiva quando a informação circula rapidamente. Exemplo desta aceleração é o online, que tem vindo a contaminar os meios de comunicação social tradicionais, apresentando N de vezes informações não verificadas. E é extremamente perigoso que se forme a opinião pública com base em informações não verificadas, falsas.
A pressão das redes sociais é um dos maiores obstáculos aos jornalistas. É, aliás, frequente ver os jornais usarem as redes sociais como fonte, servirem-se destas para noticiarem. Nas redações, falta tempo para refletir sobre os assuntos e a forma como estes devem ser noticiados - o jornalista tem de compreender a realidade para a saber simplificar - isto pode tornar legítimo dizer que, hoje, há menos liberdade nas redações.
Quando as administrações reformam os mais velhos, as redações ficam mais fragilizadas. É incontestável que são precisas renovações e que os mais novos têm sempre muito para dar, no entanto, os mais velhos têm mais conhecimentos, nomeadamente histórico-políticos, sem os quais as redações ficam ainda mais débeis.
É claro que a liberdade de imprensa não é um direito ultrapassado, porque no dia em que o for a imprensa acaba - e vamos acreditar que esse dia não há-de chegar. Contudo, com a afirmação do online, com destaque para as redes sociais, é inevitável que não existam conturbações no que a liberdade de imprensa diz respeito.
A conferência de Arouca permitiu refletir sobre estas questões, deixando no auditório a responsabilidade de encontrar soluções para os obstáculos debatidos. E como é que se pode combater a debilidade da liberdade de imprensa? Quem é que pode combater esta carência da imprensa? Leitores ou jornalistas?
Ambos. E, principalmente, a educação. A educação da sociedade, através deste tipo de iniciativas, mas também a educação dos jornalistas, nas escolas e universidades. É tão importante que o leitor seja seletivo naquilo que consome, como que o jornalista tenha a preocupação de dar informações verificadas.
Infelizmente, este é um ciclo vicioso que implora a colaboração das duas partes. Os leitores portugueses, diga-se, não são exigentes com os seus jornalistas e isto faz com que os jornalistas, por vezes, se conformem com a pouca sorte que lhes é dada e que vão fazendo o seu trabalho sem ambições mais amplas na missão de informar.
É por isso que é imprescindível que todos sejamos exigentes com o jornalismo - é, aliás, a única forma de o mantermos vivo, numa era de transformações. Para sermos exigentes, contudo, é necessário que conheçamos bem a realidade, e que tenhamos tempo para refletir, seja através de conferências como a mencionada, que educam, seja através de conhecimento in loco.
O futuro do jornalismo está nas mãos de todos. A liberdade de imprensa é um direito que, todos os dias, se deve afirmar. Pois apenas assim teremos uma sociedade devidamente informada e capaz de resolucionar questões diversas.
 
Arouca

domingo, 24 de setembro de 2023

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A Frase...

"É sempre complicado gerir oitenta pessoas, nunca se agrada a toda gente, o comandante é o topo da pirâmide"

José Gonçalves, comandante dos BVA, em declarações ao RV

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