O antigo autarca arouquense Artur Neves, um dos visados no processo judicial que corre no Juízo Central Criminal da Feira – Juiz 1, com acusação de crime de prevaricação de titular de cargo público e de falsificação agravada (juntamente com a actual presidente da Câmara e com o empresário e a empresa de Carlos Pinho), e com data de início de julgamento agendada para dia 30 de Março, reagiu às declarações de Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal (IL), que este produziu no último fim-de-semana em visita ao concelho (notícia relacionada: http://www.rodaviva.pt/?action=noticias&seccaoid=1&id=8291 ).
Em comunicação escrita enviada ao RODA VIVA, afirma-se «incrédulo com as palavras proferidas pelo novo líder da IL, a propósito da acusação do MP relativamente a um trabalho de pavimentação que mandei executar em 2017, no final do meu último ano de presidente da Câmara Municipal de Arouca», nomeadamente a alusão a “corrupção”. Segundo Artur Neves, «fazer analogias com corrupção, como Rui Rocha o fez, procurando dar entender, maliciosamente, que o caso em apreço configura um acto de corrupção, é lamentável, é de baixo nível e impróprio para um político que se queira dar ao respeito, a ele próprio e a todos aqueles que estão ou estiveram na político movidos unicamente pelo espírito de servir à causa pública». «Os “ajustes directos” são um instrumento de contratação absolutamente legal, que os gestores públicos usam no exercício das suas competências, sejam eles presidentes de Câmara, de Institutos, Empresas Públicas... e até presidentes do Tribunal de Contas e, muito provavelmente, responsáveis do próprio Ministério Público! (…)». «Repudio em absoluto tais considerações, sobretudo porque nada na acusação se refere (era o que faltava!) a corrupção - e se o dito líder da IL não sabia devia ter o cuidado de perguntar e perceber, para depois se pronunciar, antes de fazer comentários desviantes e de insulto fácil, que nunca admitirei».
O antigo presidente de Câmara PS conclui: «No tempo próprio e no momento certo, tal comentário malicioso e insultuoso terá a resposta que a “boa gente” nunca poderá deixar de dar». RV 2023-02-02